quarta-feira, 19 de setembro de 2012

épocas de escape....


O intervalo compreendido entre o final do ano e o início do ano seguinte é uma época fenomenal para estudarmos o efeito do escape da dieta e da rotina de treinamentos. O cuidado que temos de tomar é em relação as conclusões que tiramos a partir das situações que observamos...


1o. treinamos melhor:
sim, de fato - a falta de regra alimentar acaba por nos colocar em dietas com abundancia de calorias e principalmente as custas de carboidratos e gorduras, fazendo com que sobre energia livre. essa energia se reflete em mais disposição e claro, nos dias que conseguirmos realizar algum tipo de treinamento, mais atidão física, mais intensidade, mais aproveitamento... mas nao se iluda! a fuga da dieta é assim apenas no início, pois existem indícios de que, uma dieta mais rica em carboidratos, principalmente carboidratos simples baseados em sacarose, apesar de num primeiro momento sustentar atividades físicas mais intensas, acabam por "bagunçar" a secreção de serotonina e tal condição provocaria duas situações: primeiro, a necessidade de se consumir cada vez mais carboidratos para sustentar a nova forma de secreção de serotonina que se apresenta e em segundo lugar, pela secreção desregrada desse neurotransmissor, uma menor resistência à fadiga e por conseguinte, uma menor sensação de bem estar trans-treino e pós-treino, uma maior percepção de cansaço e assim interrupções de treinamento em fases precoces...
Outra coisa complicada é a desregulação de outro sistema: o de absorção, transporte, distribuição e gerenciamento de energia, ou mais precisamente o metabolismo colesterol-triglicérides-glicemia-insulina, e seus reguladores adrenalina-noradrenalina-HGH-glucagon-cortisol. Dietas ricas em carboidrato tendem a ter uma grande liberação de insulina reflexa, o que se traduz em menor disposição para os exercícios (a longo prazo), maior resistencia periférica a insulina (que pode ser etimada pelo cálculo do índice HOMA), menor glicemia de repouso (que é desfavorável para anabolismo muscular), maior circulação de energia livre (e lembre-se: carboidrato é conjugado até ser comprimido em formas de gordura, mas uma vez tranaformado, ele nao retorna a fase inicial de carboidrato - assim, de fato é muito mais fácil ganhar gordura do que perdê-la...).
E claro: não se esqueça de que treinamos melhor também porque treinamos mais descansados e mais despreocupados, afinal a rotina de trabalho muda consideravelmente. Leve isso em conta!

2. temos um ganho de massa muscular apesar de fugir da dieta e nao treinarmos de forma regular: de fato, mas esse ganho de massa vem junto com gordura... alem da gordura que ganhamos, que favorece uma homeostase mais fácil de ser atingida devido a presença de grandes quantidades de energia de longa duração, por isso acaba por nos dar um pouquinho de músculos a mais, observamos um aumento da muscularidade. Mas por favor, não se engane! Essa é uma adaptação transitória do organismo à sobra de energia aparente... Nossos músculos em dietas regradas conseguem reter até 15g de glicogenio para cada 100g de músculos. Quando vivemos em restriçao, ou seja, só consumimos os carboidratos que nos são necessários para o treinamento e recuperação, criamos uma situação em que o corpo fica ávido por carboidratos e que quando ele os consome, consegue facilmente subir sua capacidade de reserva para 40g de glicogenio para cada 100g de músculos. Esse fenomeno é conhecido como hipersaturação de carboidratos e é utilizado nos esportes de endurance para os atletas conseguirem sustentar por mais tempo suas exigencias físicas bem como é utilizado no fisiculturismo para se ter um ganho de muscularidade rápido e impressionante - ainda que passageiro (pois nao dura mais do qe 5 dias...) - para aparecerem no campeonato com a sensação de estarem maiores e mais definidos.
Assim, esse ganho de massa que voce experimentou e gostou tanto é transitório: logo ele cede e o que sobra é a gordura que voce ganhou no período, que inclusive pode ser medida pelas pregas de pele que amentam mostrando a quantidade de gordura subcutânea.

A lição que tiramos disso? Bom, como eu havia falado para vocês no post anterior, podem enfiar o pé na jaca com muito gosto, mas não deixe isso ser prolongado durante todo o período de festas para que as adaptações transitórias positivas não dêem lugar para as alterações crônicas que demoram semanas ou meses para resolvermos e retornarmos ao estado inicial dos nossos projetos.

É justamente essa a função dos "dias do lixo" ou no original "garbage day", quando selecionamos um dia aproximadamente a cada 15, quando soltamos a dieta e comemos todos os fast foods e fat foods que temos vontade.

Faça das festas os seus "dias do lixo", mas não deixe virar "semanas do lixo" porque o trabalho que se demandará para retornar à condição inicial depois da perda de continuidade não compensa e desanima....

Boas festas!
Boas ceias!
Boa dieta!
(não se esqueça do projeto carnaval...)

Muita saúde, muita performance e nesse 2009 muita felicidade para todos nós!

Abraço!
Muzy


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