quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Existe relação entre tipo de treino e ergogênico?


É complicado responder Thiago Silva meu amigo…


Mas nós acreditamos que o que determina o ergogênico é o treino e não o contrário. Por isso que no nosso dia a dia nós prezamos tanto por ouvir os treinadores dos nossos pacientes, bem como sugerir que os que não tem um treinador pessoal, contratem um rapidamente para assegurar um bom resultado.


Ver técnica ou distribuição de treino sem ver tipo físico da pessoa ou alimentação é um tiro no escuro.

Felizmente conversamos pessoalmente, mesmo que rapidamente, e vou aproveitar nosso bate papo rápido para conversar sobre estilo de treino e suplementação o associada além de contar um pouco de história...

Pois bem, nessa edição do Arnold Classics o troféu caiu no colo, merecidamente, de um cara conhecido por seus treinos extremamente intensos, assim como ele mesmo contou que aprendeu com um bodybuilder na sua cidade natal no Texas no seminário na manhã seguinte da competição.

Branch Warren, ou “the Texan Rattlesnake” como é chamado no Olympia começou sua vida de bodybuilder entrando pela porta dos fundos, escondido, numa pequena academia. Naquela época, Branch vivia com a mãe (seu pai era falecido) e ele mal tinha dinheiro para os usos mais básicos. Um amigo então o chamou para treinar musculação com ele, mas ao notar que Branch não tinha dinheiro suficiente para pagar pela inscrição e mensalidade, abria a porta dos fundos para o então adolescente Branch Warren poder treinar. Sua obstinação já era impressionante na época e chamou a atenção justamente do dono da academia que era um bodybuilder por puro amor à rotina. Não demorou para ele descobrir que Branch não era um aluno “regular”, mas movido pela admiração com que aquele garoto treinava ofereceu a oportunidade de treinar na academia e o ensinou a treinar e alimentar-se porque vencer com aquela obstinação não seria algo muito distante da realidade dele.

Assim Branch Warren foi de campeão “teen” até se profissionalizar alimentando-se com rigor exemplar e treinando cada vez mais pesado, o que lhe custou algumas lesões, mas que de certa forma fizeram com que ele conquistasse tudo o que pode inclusive este ultimo Arnold Classics 2011.

Sobre as linhas de treino, ao contrario de outros grandes nomes como Phil Heath e Jay Cutler que treinam utilizando o método de Hany Rambod, o FST, Branch utiliza algo entre os princípios Weider de treinamento e o Heavy Duty – o que lhe confere uma muscularidade excepcional bem como um volume diferenciado, ainda que não tenha a separação muscular mais evidente de todos os competidores top ten destes grandes eventos. Agora, uma coisa tem de ser dita, nenhum de nós tem segurançaa absoluta em como desenvolver separação muscular e a minha humilde opinião é de que este é um atributo mais geneticamente determinado do que acessível através de treinamento. (por favor me ajudem com opiniões e sugestões – é uma das coisas que mais me dá trabalho para estudar...).

Em linhas gerais, o FST 7 tão falado, e que conferiu ao seu inventor a alcunha de Pro-Creator (algo como o criador de profissionais), baseia-se em um treino de 3 a 4 exercícios para um mesmo segmento muscular, sendo que o ultimo deles é feito de em 7 séries, falha excêntrica em 15 repetições aproximadamente a 70% de 1RM (carga máxima) com 30s de intervalo. A dica é a seguinte, principalmente para quem treina sozinho, busque a falha da contração muscular na fase excêntrica sempre (a fase de retorno a posição inicial), em todas as séries e veja ela acontecer entre 10 e 15 repetições. Via de regra não abaixe o peso para fazer as 15 repetições porque musculo não sabe contar! Mas ele sabe quando entrou em colapso metabólico e é justamente ISSO que irá faze-lo se modificar, ganhando força, volume e principalmente nesta técnica, resistência anaeróbica. (desde que a nutrição também permita...)

E já que estamos falando de nutrição, que tal falarmos sobre algo que funciona neste caso bem como em treinos de alta resistência anaeróbica de volume médio a alto?

Temos usado beta alanina ha aproximadamente dois anos no consultório, com muito bons resultados nestes tipos de situação. É um aminoácido que aumenta os níveis de carnosina musculares entre 60 e 80%, aumentando muito a resistência anaeróbica da musculatura, favorecendo treinos densos, volumosos de alta intensidade.

Não há contra indicações nem efeitos colaterais conhecidos por seu uso. Numa primeira fase de adaptação ela pode causar formigamento imediato, mas que passa em torno de 1 a 2 horas (um dos componentes daqueles pre-workouts mais famosos como jack3D e outros – ainda que em doses muito pequenas nestes produtos...).

Nós indicamos um inicio de 10mg por kg, sem ultrapassar 600mg por dose, divididos ao longo do dia em 2 ou 3 doses mais uma dose de reforço antes do treino.

Assim como a D Ribose, a Beta Alanina potencializa a acao da Creatina, e nosso serviço, eu e o Rodolfo (Peres), procuramos criar associações para nossos pacientes dessas substancias de acordo com o objetivo, tipo de treino que o treinador nos informa e alguns parâmetros em testes sanguíneos para avaliar como tem sido o uso da capacidade muscular do paciente.

Mas a dica está aí.

Vale a pena.

Quanto a você e seu irmão, Thiago, prestem atenção ao trabalho da linha do seu físico, porque por ser longilíneo, o trabalho estratégico em torno do seu treino é tão importante quanto à tecnica a ser utilizada. Outra coisa, normalmente os caras longilineos como você e eu tem certa dificuldade de ganhar massa muscular porque tem facilidade em utiliza-la como matriz energética em situações de stress físico, necessidade energética ou demanda metabólica, logo, entrar com treinos de muito volume pode ser uma faca de dois gumes: procurem intensidade e densidade e deixem volume para períodos controlados em que a alimentação de vocês estiver boa a ponto de acertarem o relógio pela hora de vocês comerem.


Abraço com muita performance e muita saúde!

Muzy




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